Ao emplacar “Daqui pra Sempre”, sua primeira
música entre as mais ouvidas do Brasil, Manu Bahtidão virou aposta do pop em
2024, mas seu nome não é exatamente uma novidade.
Emanuella
Tenório Rocha tem mais de 15 anos de carreira, três bandas no currículo e um
rosto bem conhecido no estado do Pará, embora seja alagoana, natural
de Major Izidoro.
“Eu
me considero uma cantora paraense porque essa foi a terra que me abraçou
musicalmente. O tecnomelody me acolheu”, diz, em entrevista ao g1.
Nesta semana, o g1 faz uma série de
reportagens com as apostas musicais para 2024. De diva do tecnomelody a
novidades do sertanejo e funk, conheça artistas prontos para estourar.
Ritmo
nascido no Pará, o tecnomelody é a mistura de pop e música eletrônica com
gêneros regionais do Norte do Brasil, como o brega, o calypso e carimbó. Mas
não confunda com o tecnobrega de bandas como Djavú, que levou o gênero ao auge
no final da primeira década dos anos 2000. Manu explica a diferença:
“Enquanto
o tecnobrega é acelerado, o melody mantém as batidas eletrônicas, mas é mais
lento, dá uma liberdade maior para cantar músicas menos dançantes e mais
românticas.”
“Pelo andamento da música não ser tão rápido,
a gente consegue incluir o violão, que não aparece muito no tecnobrega, assim
como elementos do forró e do sertanejo, como a sanfona”, acrescenta.
O
estilo é tendência para este ano nas paradas brasileiras. Na esteira do sucesso
de Manu, estão crescendo nomes como o das bandas AR-15, Bruno & Trio e Os
Brothers e da cantora Viviane Batidão.
Regravada por Pabllo
- Em
2021, o tecnomelody já havia feito sucesso na voz de Pabllo Vittar. Em seu
álbum “Batidão Tropical”, ela regravou “Apaixonada”, um dos maiores sucessos da
Banda Batidão, da qual Manu fez parte a partir de 2009, depois de já ter
passado pela Banda da Loirinha e Companhia do Calypso.
Coautora da composição, a cantora publicou na
época um comunicado afirmando que Pabllo regravou a música sem autorização,
algo que “já foi resolvido”, segundo Manu. As duas se apresentaram juntas no
Prêmio Multishow de 2023.
O
mal-entendido sobre os direitos de “Apaixonada” é resquício de um rompimento
conturbado com o ex-marido e ex-parceiro de banda, Flávio Miranda. Manu deixou
o grupo em 2015 e, após a separação, trocou alfinetadas com Flávio nas redes
sociais.
“Com
o término do relacionamento, eu não via mais motivo para continuar usando o
termo banda, sendo que eu era a banda”, conta.
“As pessoas conheciam a Banda Batidão através
do meu trabalho, da minha voz. Eu não tive nenhuma dificuldade ao sair do
projeto, porque eu era o projeto.”
Versão de hit europeu - Foram oito anos de
carreira solo até estourar com o primeiro hit nacional. “Daqui pra Sempre”,
cantada com Simone Mendes, é uma versão de “Tattoo”, da cantora sueca Loreen,
que em 2023 venceu a maior competição musical da Europa, o Eurovision.
Para
criar a letra em português sobre um casal apaixonado que enfrenta a
desconfiança alheia, Manu diz ter se inspirado no relacionamento com o atual
marido e empresário, Anderson Halliday. Os dois começaram a namorar no mesmo
ano em que a cantora se desligou da Banda Batidão.
“O
nosso início foi muito difícil. Às vezes, o próprio casal não acredita muito no
relacionamento. Passamos por todas as fases que se deve passar”, lembra.
A
história romântica já conquistou quase 200 bilhões de plays no YouTube e está,
nesta terça-feira (9), em 6º lugar na lista das músicas mais ouvidas pelos
brasileiros no Spotify.
Também ajudou a chamar a atenção para o tecnomelody entre astros de outros gêneros, que agora se apressam para gravar com Manu. Ela diz que terá uma extensa agenda de “feats” em 2024. O próximo deve ser com o sertanejo Gustavo Mioto.